Experiente em estatística e melhoramento genético, zootecnista Rui Verneque ganha o Prêmio Professor Octávio Domingues 2019
Doutor em Estatística e Experimentação Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o zootecnista Rui da Silva Verneque foi escolhido para receber o Prêmio Professor Octávio Domingues 2019. Indicado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), Verneque é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) há 38 anos, e atua na unidade Gado de Leite. Foi selecionado pelos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento agropecuário brasileiro, como a coordenação do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro e outros projetos de pesquisa.
“Recebo a premiação com alegria e felicidade, pois ela representa o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo de tantos anos. É mais um incentivo para continuar. Demonstra que é um trabalho que valeu e tem valido a pena”, comemora o premiado.
Verneque foi pesquisador 1D em produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professor de Bioestatística da pós-graduação de Biologia, Genética e Imunologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Na mesma universidade, foi coorientador nos cursos de mestrado e doutorado. Tem também colaboração nos cursos de mestrado e doutorado em Zootecnia das Universidades Federais de Viçosa (UFV), de Minas Gerais (UFMG), de Lavras (Ufla) e na Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Dedicado ao melhoramento genético, o zootecnista iniciou sua carreira em uma cooperativa agropecuária até chegar à Embrapa. “O melhoramento genético é muito importante em todas as espécies animais e, hoje, o Brasil tem o melhor zebu leiteiro mundial, cujo material genético é procurado, inclusive, pela Índia, país de origem das principais raças zebuínas, graças ao grande desempenho conquistado no Gir leiteiro nacional. Tudo isso é resultado do destacado trabalho de melhoramento genético realizado no Brasil, há décadas”, explica. Ele acredita que esse foi seu principal legado quando chefiou a área de pesquisa da Embrapa Gado de Leite e presidiu a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Verneque não pensa em parar e se dedica cada vez mais às ações estratégicas, buscando incremento de performance, e planeja escrever um livro sobre melhoramento genético. No futuro, quando se aposentar, deseja levar a experiência técnica adquirida ao setor produtivo da sua terra natal, o município mineiro de Ipanema, e à cidade vizinha de Pocrane. O objetivo é estimular os produtores na adoção de tecnologia para o desenvolvimento regional.
“O Brasil é referência mundial na produção de alimentos, especialmente, pelo uso da tecnologia. Mas aqui ela chega de forma lenta e, por vezes, mal colocada. Me sinto responsável em tentar estimular os produtores, já que a tecnologia cada vez mais alcança destaque e faz a diferença para atingir resultados positivos”, afirma.
Para ele, o prêmio representa aumento de responsabilidade pelo que fez e faz, mas ao mesmo tempo, é preciso agradecer por mais um estímulo a continuar desempenhando o trabalho que desenvolveu com determinação, criatividade e vontade de fazer o que é bom e importante para o setor produtivo nacional e internacional.
“Aprendi a trabalhar, a estudar e tenho certo conhecimento acumulado. Quero que isso se reflita em resultados e todos os dias penso em como ajudar nossos parceiros, nossos produtores e as instituições que represento”, conclui.
Confira o currículo Lattes do premiado.
Prêmio
O Prêmio Octávio Domingues destaca zootecnistas brasileiros que tenham realizado relevantes serviços ao desenvolvimento agropecuário do Brasil. A premiação é anual e foi instituída pela Resolução CFMV nº 870, de 10 de dezembro de 2007. Veja a lista de premiados.
O nome do prêmio é uma homenagem a Octávio Domingues, autor de diversos estudos de importância para o desenvolvimento da Zootecnia no Brasil. Nascido em Xapuri (AC), foi o primeiro professor de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura do Pará, em 1918. Graduou-se como engenheiro agrônomo, em Piracicaba (SP), e se pós-graduou nos Estados Unidos. Lecionou a disciplina Zootecnia Geral na Esalq, onde cursou a graduação. Mais tarde, passou a professor catedrático de Zootecnia Especial da Escola Nacional de Agronomia, hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Representando a UFRRJ, integrou a equipe de professores enviados aos Estados Unidos para a avaliação dos procedimentos administrativos, didáticos, de pesquisa agronômica e extensão rural adotados pelo Sistema Universitário Norte-Americano dos “Laind Grant Colleges”.
Em virtude da pandemia de covid-19, o agraciado de 2019 só foi selecionado no final de 2020 e receberá o prêmio em 2021.
Assessoria de Comunicação do CFMV