‘Só querem namorar’: bichinhos de chuva invadem casas, mas não representam risco à saúde
Com a chegada das chuvas, é comum observar a presença de pequenos insetos alados invadindo as casas. Conhecidos popularmente como bichinhos de chuva, formigas de asa ou cupins alados, esses insetos não representam risco direto à saúde humana, conforme esclarece o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB).
O médico-veterinário e professor doutor Wilson Wouflan explica que o fenômeno tem uma motivação biológica relacionada à reprodução. “A presença desses insetos após as chuvas é um evento natural e temporário. O surgimento deles tem um motivo claro: eles querem namorar. Geralmente, os que entram nas casas são machos que ganham asas para procurar fêmeas com o objetivo de reprodução. Apesar da sujeira que deixam, eles não oferecem riscos à saúde humana”, afirma o professor.
Esse comportamento é conhecido como voo nupcial, processo comum entre insetos sociais como cupins e formigas. A revoada ocorre principalmente ao final das chuvas, quando há aumento da umidade e uma leve queda na temperatura. Esses fatores ativam sensores químicos localizados nas antenas dos insetos, que então deixam suas colônias em busca de parceiros.
Os chamados “bichinhos de chuva” podem pertencer a diferentes grupos de insetos. Na maioria das vezes, são cupins ou formigas, mas também podem incluir alguns tipos de besouros alados. Embora causem incômodo, principalmente ao entrarem nas residências, esses insetos não picam, não se alimentam de sangue e não transmitem doenças, conforme explica Wilson Wouflan.
Quando se trata de cupins, existe risco de dano estrutural apenas se a colônia conseguir se estabelecer em estruturas de madeira no interior das casas. Ainda assim, esse processo é lento e requer condições específicas. Portanto, a simples presença de cupins alados dentro de casa não indica, por si só, uma infestação.
O surgimento desses insetos também está relacionado à presença de luz artificial. “Luzes brancas ou amarelas funcionam como pontos de atração visual. Apagar as luzes pode ajudar a reduzir a quantidade que entra, mas não impede completamente a ocorrência”, reforça Wouflan.
Para diminuir a presença desses insetos, algumas medidas simples podem ser adotadas:
•Fechar portas e janelas logo após a chuva, especialmente ao anoitecer.
•Instalar telas de proteção em janelas e outras aberturas.
•Apagar luzes externas e internas, principalmente em áreas próximas ao solo ou com vegetação.
•Utilizar ventiladores ou ar-condicionado, já que os insetos tendem a evitar ambientes mais frios ou com circulação de ar.
Assessoria de Comunicação CRMV-PB.