Novembro Azul: apesar de raro, câncer de próstata também pode afetar pets
Manter a rotina de consultas e exames dos animais contribui para o diagnóstico precoce
Durante a campanha de prevenção ao câncer de próstata, Novembro Azul, medidas para o diagnóstico precoce da doença em pets também são importantes, embora este tipo de tumor seja de baixa incidência em cães e, rara, em gatos.
No Brasil não há dados oficiais, mas estudos publicados nos Estados Unidos são parâmetro. Segundo Rodrigo Ubukata, especialista em Oncologia Veterinária, membro do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) e diretor da Associação Brasileira de Oncologia Veterinária (Abrovet), estes registros internacionais apontam para uma incidência inferior a 1% em cães.
Porém, quando a doença ocorre, costuma ser agressiva. “Tumores de próstata têm um potencial de metástase bastante alto. Por isso, o controle é sempre mais difícil e a média de sobrevida é, em geral, de seis meses”, relata Ubukata, que ainda comenta que, em casos de pacientes diagnosticados precocemente, esta chance aumenta apenas para até um ano.
Prevenção
A médica-veterinária Maria Cristina Reiter Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias do CRMV-SP, comenta que há um entendimento de ligação da doença com desequilíbrios entre os hormônios estrógeno e progesterona. “Portanto, castrar os animais pode representar prevenção”, afirma Maria Cristina, que sugere que o procedimento ocorra com até sete meses de idade, ou seja, antes da puberdade.
Membro da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, Paulo Corte alerta, também, para a necessidade de exames periódicos. “É indicado acompanhamento a cada seis meses, com exames de imagem e clínico, incluindo avaliação da próstata, especialmente em animais com mais de sete anos de idade.”
Sintomas
Segundo Ubukata, dificilmente os tutores se atentam aos sinais, que começam com manifestações poucos perceptíveis, como dificuldade para urinar e evacuar ou discreta presença de sangue na urina. Uma dica de Maria Cristina é observar se o animal fica muito tempo em posição de urinar ou defecar ou, ainda, se demonstram algum tipo de incômodo para estas necessidades fisiológicas.
“A perda de peso e manifestação de dor abdominal também podem ser sinais da doença”, menciona Corte, alertando para o caso de o animal apresentar estas alterações.
Tratamento
O tratamento para esse tipo de câncer, geralmente, é cirúrgico, com a remoção da próstata. De acordo com Maria Cristina, “trata-se de uma cirurgia delicada, pois a uretra passa por dentro da próstata.”
Quando possível, utiliza-se radioterapia e/ou quimioterapia para um controle local da doença. “Por sua agressividade e alta incidência de metástase, nem sempre há tempo de iniciar o tratamento. Mas, no futuro, o uso de imunoterapia pode ser promissor para estes casos”, afirma Corte.
CRMV/SP