Superstição mata: CRMV-PB alerta para proteção de gatos pretos no Halloween
Com a proximidade do Halloween, liga o sinal de alerta para gatos pretos, pois eles são vítimas de superstições que podem levar a maus-tratos e abandono. No Brasil e em outros países, crenças antigas associam esses animais à má sorte e isso faz com que eles sejam maltratados. O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) informa que é preciso atenção especial com os animais nesta época do ano e orienta a suspensão de doações de gatos pretos neste período do ano.
Segundo o presidente do CRMV-PB, José Cecílio, a conscientização é essencial. “A superstição não pode justificar a crueldade. Gatos pretos merecem respeito e proteção, assim como qualquer outro animal. Maus-tratos são crime, previstos na Lei Federal nº 14.064/2020, e incluem agressão, abandono e exposição dos animais a situações de sofrimento”, afirma.
Além da violência física, os gatos pretos também enfrentam preconceito na hora da adoção, sendo frequentemente ignorados em abrigos devido a crenças de azar. Esse comportamento contribui para que mais animais permaneçam em situação de risco ou sejam abandonados. Por isso, o CRMV-PB recomenda cuidado redobrado com gatos pretos neste período e orienta que ONGs e abrigos evitem liberar esses animais para adoção durante o Halloween, prevenindo riscos de maus-tratos e abandono motivados por superstição.
A superstição envolvendo gatos pretos remonta à Idade Média, quando se acreditava que os felinos tinham ligação com o demônio, especialmente os de pelagem negra. O papa Inocêncio VIII, no século XV, chegou a incluir o animal em listas de perseguição durante a Inquisição. Em lendas europeias, gatos pretos eram associados a bruxaria, embora em outras culturas, como na Escócia, eles simbolizem sabedoria e prosperidade.
Para evitar maus-tratos durante o período do Halloween, algumas cidades têm adotado medidas de proteção. Em Terrassa, na Catalunha, Espanha, a adoção de gatos pretos foi temporariamente suspensa entre 1º de outubro e 10 de novembro, como forma de reduzir o risco de abandono e agressões motivadas por superstições.
José Cecílio reforça que proteger animais é dever de todos e que a crueldade não é tradição, é crime. “Precisamos educar a população sobre a importância do respeito aos animais e combater preconceitos que dificultam a adoção de gatos pretos. Denunciar maus-tratos e adotar medidas preventivas são ações essenciais para garantir a segurança e o bem-estar desses animais”, disse.

