Mulheres destacam liderança e desafios na Medicina Veterinária durante o WSAVA 2025
Em uma tarde inspiradora, treze mulheres se reuniram no Rio de Janeiro para compartilhar suas histórias de vida, dialogar sobre os desafios da profissão e celebrar conquistas no Talk Show das Mulheres da Medicina Veterinária, promovido pela Anclivepa Brasil nesta quinta-feira (25), durante o WSAVA 2025. O encontro foi marcado por emoção, troca de experiências e fortalecimento do protagonismo feminino.
A Medicina Veterinária brasileira é hoje uma profissão formada majoritariamente por mulheres – elas representam 56% dos profissionais em atividade. Esse número não apenas traduz uma presença numérica, mas reafirma a força feminina na construção de uma profissão diversa, inovadora e essencial para a saúde única.
Ana Elisa Almeida, primeira mulher a presidir o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), participou do talk show e ressaltou que sua missão vai além de quebrar barreiras históricas.
“É sobre abrir caminhos e garantir que outras mulheres tenham oportunidades de liderança. É transformar representatividade em legado”.
O CFMV também apresentou ao público o programa CFMV Mulher, criado para debater gênero, fortalecer a equidade e valorizar o papel feminino na profissão. A iniciativa é presidida pela médica-veterinária Carolina Filippos, que emocionou ao falar da importância do espaço.
“Nós estamos aqui para mostrar que nossas histórias importam, que nossas vozes ecoam e que a Medicina Veterinária só é completa quando inclui, valoriza e respeita as mulheres que a constroem todos os dias”.
Outro destaque foi a médica-veterinária Maria da Glória Cunha, integrante do Movimento Afrovet, que abordou o recorte racial dentro da profissão.
“Ser uma médica-veterinária preta significa enfrentar desafios dobrados. Mas também significa resistir, ocupar espaços e inspirar outras mulheres a acreditarem que é possível”.
A atriz Betty Gofman, engajada na causa animal, participou como convidada especial e reforçou a dimensão social do encontro.
“A luta pela valorização das mulheres e pela causa animal se encontram neste mesmo ponto: o respeito à vida e à dignidade. São bandeiras que se fortalecem juntas”.
Para o presidente da Anclivepa Brasil, André Lacerda, o evento representa um marco no reconhecimento do papel feminino.
“Não há futuro para a Medicina Veterinária sem o olhar e a contribuição das mulheres. Este talk show é uma celebração da sua força e da sua liderança”.
Uma rede de histórias
Também compartilharam experiências as médicas-veterinárias Regina Ramadinha, Suzana Severino, Raquel Guarise, Maria das Dores Ribeiro, Vera Machado, Ingrid Atayde, Mitika Hagiwara e Maria Alice Gonçalves, além da psicóloga Bianca Gresele.
Entre médicas-veterinárias e psicólogas, todas trouxeram vivências que ultrapassam a dimensão profissional: mães, avós, esposas e colunas de famílias que, com sua dedicação, constroem diariamente a base da profissão.
“O talk show mostrou que a Medicina Veterinária, além de ciência e técnica, é também feita de humanidade, sensibilidade e coragem”, completou Ana Elisa Almeida.