O caramujo exótico invasor Achatina fulica é nativo do continente africano. Trata-se de um molusco que tem a concha cônica, de tom marrom claro e escuro até levemente arroxeado com listras negras, com potencial de transmissão de doenças, além da capacidade de causar danos ao meio-ambiente e, consequentemente, prejuízos econômicos.
Introduzido ilegalmente no Brasil, nas décadas de 1980 e 1990 (nas regiões Sul e Sudeste), visando obter uma forma alternativa e mais acessível que o escargot, de onde foi levado para outros estados. Entretanto, além de não ter sido bem aceito pelos consumidores, o seu cultivo foi proibido pelo IBAMA. Muitos criadores liberaram os animais na natureza sem adoção dos procedimentos de biossegurança adequados e, em 2020 o caramujo africano encontra-se distribuído em 23 dos 26 estados da federação. Essa difusão ambiental foi facilitada pela ausência de predadores naturais.
Com tamanho atingindo até 20 cm de comprimento e chegando a pesar entre 150 e 450 gramas, o caramujo africano alcança a maturidade sexual após os 5 meses de idade. Quando adulto, realiza até 4 posturas por ano, cada uma com 80 a 250 ovos. Os ovos são de tamanho maior que uma semente de mamão, de coloração branco-leitosa ou amarelada. Sua longevidade varia de 9 (quando em vida livre em convívio com predadores) a 12 anos (quando em cativeiro). Podem se deslocar por uma distância de até 50 metros por noite, preferindo ambientes com umidade acima de 50%. Sua versatilidade de locomoção, permite que escale muros, chegando a diferentes localidades. Além disso, o caramujo africano tem elevada resistência ao frio e à seca, sobrevivendo em oscilações de temperatura que vai de 4°C a 45°C.
Devido ao seu hábito alimentar, comendo praticamente de tudo o que encontra, além da inexistência de predadores naturais, esses moluscos se disseminam muito facilmente em todos os ambientes, contribuindo para o aumento populacional.
Quando infectado por parasitos, o caramujo africano pode transmitir dois tipos de doenças: a meningite eosinofílica (causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis); e, a angiostrangilíase abdominal, (causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis). O ser humano é o hospedeiro acidental, onde se infecta através da ingestão de alimentos contaminados com o muco de caramujos infectados com larvas dos parasitas. Com relação aos animais domésticos, dados de pesquisas indicam que o caramujo africano pode transmitir o verme Aelurostrongylus abstrusus para gatos, causando-lhes pneumonia.
Caso julgue necessário, é de responsabilidade do órgão governamental competente o uso de produtos para controle químico do caramujo africano. Contudo, no que tange às pessoas, é importante destacar que existem relatos de sucesso no controle fazendo apenas a catação manual (sempre com as mãos protegidas por luvas ou sacolas) para promover o descarte. Recomenda-se que a coleta seja feita pela manhã logo cedo ou ao anoitecer, períodos de maior atividade dos caramujos.
Os moluscos e ovos apanhados também podem ser esmagados (quebrando a concha por completo), contudo não se recomenda essa prática em virtude do risco de acidente com as conchas que podem promover cortes. Caso sejam esmagados, deverão em seguida ser depositados em uma vala, cobertos com cal virgem e cobertos com terra. Poderão ainda ser imersos em solução de água com sabão em pó por um período de 24 horas, antes de receberem destinação final, no caso o lixo comum; outra alternativa é o uso de água fervente e/ou a incineração.
Comissão Regional de Saúde Pública Veterinária do CRMV-PB
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB) vem a público informar que os estabelecimentos veterinários descritos no Decreto Estadual 40.304 de 12 de junho de 2020 em seu Art. 3º, § 3º, II, quais sejam “clínicas e hospitais veterinários, bem como os estabelecimentos comerciais de fornecimento de insumos e gêneros alimentícios pertinentes à área”, permanecem com seu horário de funcionamento normal, ou seja, não sofrerão alteração pelo Decreto Estadual 41.086 de 09 de março de 2021. No entanto, os serviços de banho e tosa só poderão funcionar de segunda à sexta-feira das 09h às 17h.
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba
Por serem indispensáveis à manutenção da vida, a alimentação e a saúde são direitos sociais garantidos a todos brasileiros por meio da Constituição Federal (artigo 6º). Trata-se, inclusive, de cláusula pétrea (artigo 60º, § 4º, inciso IV), inserida nos Direitos e Garantias Fundamentais, sendo vedado o retrocesso social.
A Constituição ainda determina, no artigo 23, inciso VIII, que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar. E no artigo 200, inciso VI o texto constitucional atribui ao Sistema Único de Saúde (SUS) fiscalizar e inspecionar alimentos.
O direito constitucional assegurou à sociedade a segurança alimentar em disponibilidade e quantidade suficientes para a nutrição necessária da população, mas também registrou a preocupação com a saúde e a segurança dos alimentos, primordial para garantir a qualidade dos produtos adequados ao consumo.
Quando se fala em sanidade de alimentos, existe toda uma cadeia produtiva envolvida e corresponsável pela qualidade dos produtos oferecidos à sociedade. Para os produtos de origem animal, o artigo 5º da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, diz que compete privativamente ao médico-veterinário a “direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais” (alínea e), bem como a “inspeção e a fiscalização sob o ponto de vista sanitário, higiênico e tecnológico dos matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas de carne e de pescado, fábricas de banha e gorduras em que se empregam produtos de origem animal, usinas e fábricas de laticínios, entrepostos de carne, leite peixe, ovos, mel, cera e demais derivados da indústria pecuária e, de um modo geral, quando possível, de todos os produtos de origem animal nos locais de produção, manipulação, armazenagem e comercialização” (alínea f).
Dessa forma, em todas as fases da cadeia produtiva, da criação ao transporte, da indústria à comercialização, a presença do médico-veterinário é prevista em lei para garantir a saúde e a qualidade dos produtos oriundos da atividade de produção animal, sejam bovinos, aves, suínos, pescados, caprinos, ovinos, apicultura, laticínios e outros.
No campo, o médico-veterinário supervisiona a sanidade dos rebanhos, desde o nascimento até o abate. Na qualidade de responsável técnico, garante as boas práticas higiênico-sanitárias primando pelo bem-estar animal. Quando o produto chega à indústria, o fiscal do Serviço Veterinário Oficial verifica a procedência e inspeciona, bem como um médico-veterinário responsável técnico garante a manutenção dos aspectos sanitários durante a manipulação. Ao seguir para o comércio, o produto de origem animal continua sendo supervisionado por outro responsável técnico do estabelecimento e pela fiscalização da Vigilância Sanitária. Tudo isso gera uma garantia de qualidade, que certifica o produto devidamente inspecionado para consumo.
A competência técnica e legal do médico-veterinário é necessária para observar os cuidados de manuseio e conservação em toda a cadeia produtiva. Além de conservar o produto por mais tempo, o rigor sanitário tende a evitar a contaminação e as doenças transmitidas por alimentos, causadas por fungos, bactérias, vírus, toxinas e outros microrganismos que afetam a saúde humana. O dever do médico-veterinário é trabalhar para garantir que, no fim da cadeia produtiva, o consumidor tenha seus direitos sociais de saúde e alimentação assegurados em quantidade e qualidade, ficando livre de doenças como salmonelose, toxoplasmose, brucelose e outras entre as 250 Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETAs) existentes no mundo.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lança hoje (9), o Prêmio Pecuária Saudável – Educação e Comunicação para Defesa Sanitária. A iniciativa conta com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
O objetivo é reconhecer, premiar e disseminar boas práticas organizacionais e profissionais voltadas à educação e comunicação social em apoio às ações de defesa sanitária animal. Programas, projetos ou ações poderão ser inscritos em quatro categorias: instituição pública, instituição privada, instituição do terceiro setor e destaque.
A coordenadora de produção animal da CNA, Lilian Figueiredo, explica que a entidade faz parte da equipe gestora do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) e um dos principais papéis do setor produtivo é aprimorar a comunicação com os produtores rurais.
“Estamos organizando esse concurso para verificar projetos que já estão em andamento, para que possamos adaptar para a febre aftosa e, posteriormente, para demais enfermidades que a gente ache importante comunicar ao produtor rural”, disse Lilian.
Regulamento – As inscrições são gratuitas e foram prorrogadas até o dia 31 de maio, em www.cnabrasil.org.br/premio-pecuaria-saudavel. Os trabalhos validados serão analisados por uma comissão avaliadora designada pela CNA e composta por profissionais da área da saúde animal, da pedagogia, da comunicação social e da gestão de projetos.
Os critérios de avaliação serão relevância, aplicabilidade, inovação, qualidade e resultados. Serão premiados, por categoria, os três melhores programas, projetos ou ações, assim como os atores (um para cada categoria) que se destacaram na concepção, implementação e desenvolvimento dos premiados em primeiro lugar.
Os vencedores de cada categoria receberão certificado de premiação e um tablet. Os segundo e terceiro colocados serão reconhecidos com certificados de premiação. O regulamento completo, critérios e cronograma, entre outros detalhes, estão disponíveis no site do Prêmio Pecuária Saudável.
A pandemia de covid-19 mostrou que as doenças emergentes impactam além dos setores de saúde pública e animal, afetando de forma adversa quase todos os segmentos, inclusive a economia. Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificaram que colaboração entre os setores é a chave para enfrentar os desafios sanitários compartilhados pelo mundo. Para contribuir e melhorar a resposta conjunta dos países às doenças zoonóticas, desenvolveram a Ferramenta Operacional de Avaliação Conjunta de Risco (disponível em inglês).
Pensada para apoiar os países na construção de mecanismos multissetoriais e avaliação conjunta dos riscos na interface humano-animal-ambiente, a ferramenta orienta como configurar um processo conjunto de avaliação de risco nacional e descreve um passo a passo de como conduzir cada componente do processo. Fornece também modelos de documentos para apoiar a sua implementação por funcionários dos ministérios nacionais responsáveis pela gestão de doenças zoonóticas.
Com recomendações sobre monitoramento, gestão e comunicação de riscos resultantes de uma avaliação conjunta, acredita-se que os tomadores de decisão poderão implementar medidas de base científica e alinhar as mensagens de comunicação entre os setores. A ferramenta é um complemento ao Guia Tripartite para o Tratamento de Doenças Zoonóticas nos Países, também em inglês.
Para os organismos internacionais responsáveis pela ferramenta, as doenças zoonóticas têm desafiado significativamente os sistemas globais de saúde, as cadeias de suprimento de alimentos e economias. Por isso, têm demonstrado a necessidade de colaboração duradoura e sustentável de saúde única.
Assessoria de Comunicação do CFMV, com informações da OIE.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) teve conhecimento de publicação, nas redes sociais, de conteúdo que divulga a prática ilegal da profissão de médico-veterinário. Trata-se de um vídeo, no qual o autor recomenda o uso de gasolina juntamente com outros produtos de uso veterinário para tratar doenças em vacas. Esse ato prejudica não só a saúde do animal, como também a humana e ambiental.
O CFMV informa que já identificou o autor do vídeo, acionou o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do estado, solicitando que tome todas as providências para apurar os fatos e denunciar o responsável, caso comprovada a ação.
O compartilhamento de informações falsas e procedimentos inadequados podem confundir o público em geral, que ao não distinguir se a prática é realmente recomendada por médico-veterinário legalmente inscrito, invariavelmente afetará a saúde de várias espécies animais, podendo causar danos à saúde das pessoas. Caso tenha conhecimento de conteúdos assim, o Conselho Federal solicita que informe ao CRMV de sua região e às autoridades policiais, sempre que possível identificando a fonte e com o máximo de detalhes possíveis para auxiliar na resolução do caso.
Se você é médico-veterinário ou zootecnista, é um dever profissional informar às autoridades competentes qualquer forma de agressão aos animais e ao meio-ambiente, de acordo com Código de Ética da profissão e com a Resolução CFMV nº 1.236, que define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais.
O combate ao exercício ilegal da profissão também é uma obrigação ética, assim como denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras realizadas com animais sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos adequados. Tais atitudes devem ser tomadas de forma fundamentada, reportadas diretamente à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao CRMV da sua jurisdição.
Além do crime de maus tratos contra animais, no vídeo citado fica evidente a prática do exercício ilegal da profissão, já que a prescrição de qualquer tratamento clínico é um ato privativo do médico-veterinário, previsto na Lei nº 5.517/1968.
Os produtos utilizados para o tratamento de mastite e até mesmo para a higiene e desinfecção do úbere podem geram resíduos no leite. Caso não seja obedecida a correta orientação veterinária e, nos casos específicos, o período de carência, certamente haverá consequências para o consumidor do produto. Dessa forma, caso o fato seja comprovado, o autor, além de responder por violar a Lei nº 5.517, poderá ser enquadrado na Lei nº 8.137/1990 (que define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências).
Nota
A empresa fabricante dos produtos utilizados com o derivado do petróleo no vídeo manifestou, por nota, que “não há em qualquer hipótese a indicação desta combinação”, a qual pode colocar em risco o bem-estar e a saúde dos animais, assim como a saúde dos consumidores. Além disso, os atos demonstrados são privativos do profissional médico-veterinário, não podendo ser exercidos por leigos, o que caracteriza exercício ilegal da profissão.
Para debater as “Atividades de apoiar ao monitoramento e vigilância da resistência antimicrobiana nos setores de alimentos e agricultura”, a Rede Técnica de Pecuária Sustentável realizará um webinar. Será no dia 16 de março, das 8h às 9h30 (horário de Brasília), por meio da ferramenta Zoom. Para participar, é necessário realizar a inscrição pelo link: https://fao.zoom.us/meeting/register/tJYvf-iuqDMpGdBuyuizdjGXewhwwJVgIwiu.
A rede é formada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Codex Alimentarius.
Resistência Antimicrobiana (AMR)
O uso indiscriminado de antimicrobianos na agropecuária contribui com o surgimento de novas bactérias resistentes e patogênicas para os animais e humanos, superando a capacidade dos laboratórios e indústrias de produzirem novas drogas. Se aplicada sem os devidos cuidados, a prática acarreta a concentração de resíduos desses fármacos no ambiente, na carne e derivados desses animais, podendo gerar a AMR e a consequente disseminação de genes de resistência.
Animais peçonhentos são aqueles que têm a peçonha (veneno ou toxina), usada como mecanismo de defesa e que tem condições de injetá-la em presas ou predadores. As formas mais comuns de acidente com esses animais se dá por meio de mordidas, picadas, ferroadas, arranhões, contato com a pele ou ainda por ingestão do animal peçonhento pelo indivíduo. Acidentes envolvendo animais peçonhentos são considerados como um problema de saúde pública em nosso país, já que é bastante elevado o número de pessoas envolvidas a cada ano e ainda devido à gravidade e complicações desencadeadas.
Conforme dados do Ministério da Saúde, é no período do verão que os acidentes com animais peçonhentos mais apresentam incidência. Em torno de 40% das ocorrências registradas em todo o território nacional são concentradas nessa época do ano. Só em 2019, mais de 265 mil casos de acidentes por animais peçonhentos foram notificados junto ao sistema de saúde. Na Paraíba, no mesmo ano, foram registrados 7.608 acidentes com animais peçonhentos, número bem maior quando comparado a 2017 (5.439) e 2018 (6.187). Cabe ressaltar que a maioria dos acidentes na Paraíba são causados por escorpiões, seguidos de serpentes e abelhas.
Principais animais peçonhentos Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, escorpiões, aranhas, mariposas e suas larvas, abelhas, formigas, vespas, besouros, lacraias, de peixes, águas-vivas e caravelas, entre outros. As notificações mais comuns envolvem aranhas, escorpiões e cobras. Com as chuvas, eles procuram lugar para se abrigar e acabam entrando nas casas.
Riscos e condutas a serem tomadas O risco de acidente com qualquer animal peçonhento aumenta em locais onde não há saneamento básico ou há em condições precárias. Situações em que as pessoas acumulam objetos, resíduos, lixo de diversas origens, seja no quintal de casa (principalmente) e ainda em cômodos, porões, dentre outros, criam condições favoráveis à permanência, proliferação e disseminação de animais peçonhentos, os quais, em algum momento vão se envolver em acidentes com as pessoas daquele local ou entorno.
Há ainda aquelas pessoas que se acidentam por tentarem, sem conhecimento, manusear, espantar, capturar ou interagir, de alguma forma, com animais desse tipo. Para os casos nos quais surgem animais peçonhentos com potencial lesivo elevado, a exemplo de serpentes, há o serviço de resgate por parte de órgãos ambientais, a exemplo da Polícia Ambiental Estadual e do Corpo de Bombeiros Militar.
No que tange aos cuidados a serem tomados, é de grande importância que as Secretarias Municipais de Saúde intensifiquem junto à população, em especial da zona rural, as medidas de prevenção elencadas abaixo: – Averiguar roupas e sapatos antes de usá-los (especialmente, em locais onde a população desses animais seja maior); – Fazer a desinfecção de ralos de esgoto e pias, limpeza e organização de cômodos pouco usados; – Vedar frestas e rachaduras em paredes e pisos; – Utilizar telas de proteção em ralos, pias e tanques; – Descartar entulho acumulado sem finalidade de uso; – Usar luvas de borracha ou de couro no manuseio de terra de jardins, plantas e outros; utilizar calçados fechados, perneiras ou botas de cano longo (já que cerca de 65% destes acidentes nos membros inferiores) quando da limpeza de fossas, caixas de gordura, esgotos e quando da atuação a campo em plantios, no geral; – Ficar atento onde pisar ou colocar as mãos para se apoiar; – Não mexer em buracos no chão ou em troncos de árvores sem proteção.
Para aqueles animais peçonhentos de vida aquática, como alguns peixes e cnidários (caravelas e águas vivas), recomenda-se o lazer e a pesca sempre acompanhando de outros indivíduos, preferencialmente de pessoas experientes e que conheça o local.
Em casos de acidentes a conduta correta é procurar o serviço de saúde mais próximo e, sempre que possível, levar o animal causador para identificação de notificação. Quando não for possível levá-lo, o paciente deve informar ao profissional de saúde características como tipo, cor e tamanho.
A região do corpo onde o animal atacou deve ser lavada com água e sabão, manter o local atingido em posição confortável, levar a vítima para atendimento médico, não fazer cortes ou torniquetes no local, manter o paciente deitado e hidratado e, JAMAIS aplicar qualquer tipo de substância como álcool, querosene, borra de café, vinagre, urina, terra, entre outros no local atingido.
Locais de referência para atendimento na Paraíba Os serviços de referência para o tratamento sorológico, no atendimento aos casos mais graves dede acidentes por animais peçonhentos no estado da Paraíba são: – Hospital de Emergência e Trauma – Campina Grande – 3310-5853; – Hospital Universitário Lauro Wanderley – João Pessoa – 0800-722-6001; – Hospital Regional Janduhy Carneiro – Patos – 3423-2762.
Comissão Regional de Saúde Pública Veterinária do CRMV-PB.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB) realizou no dia 24/02 fiscalização no Canil Municipal de Emas-PB, a pedido do Ministério Público do Estado da Paraíba.
Foi constatado que não há sinais de maus tratos e embora o recinto seja pequeno, por ser recente e provisório, possui abrigos do sol e da chuva, alimento, água e higienização adequada do local, além de cuidados veterinários.
Toda a documentação para registro do canil e do RT foi deixada para que sejam feitos os ajustes necessários.
Estavam presentes durante a fiscalização o Zoot. Tarsys Veríssimo, presidente da Comissão Regional de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do Regional, o Méd. Vet. Wilson Wouflan, conselheiro do CRMV-PB e o fiscal Pedro Marcelino.
Entidades alegam importância dos profissionais que representam para saúde; parte das categorias, no entanto, prefere aguardar para priorizar grupo de risco
Enfermeira aplica dose de vacina contra o coronavírusFoto: Johanna Geron/Reuters
O Brasil aplicou mais de sete milhões de doses da vacina contra a Covid-19 após aproximadamente um mês de campanha de imunização no país. Nesta largada, o programa tem como grupos prioritários profissionais de saúde, idosos e populações tradicionais – os critérios são níveis de exposição e risco diante da doença.
Mas dentro do campo da saúde, que reúne diversas especialidades, há controvérsia sobre qual deve ser a abrangência dessa prioridade.
A orientação do Programa Nacional de Imunização é foco nos profissionais que atuam na linha de frente contra a Covid-19, com alto nível de exposição ao vírus. A realidade, porém, traz vários relatos de categorias que integram esse segmento, mas não estão no front do combate à pandemia.
Psicólogos, educadores físicos, nutricionistas, médicos veterinários, dentistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais são algumas das categorias que se enquadram nos relatos.
Até o momento, não há números exatos de quantos profissionais estão nessa situação. Os respectivos conselhos profissionais, questionados pela CNN, não souberam informar quantos de seus associados se imunizaram, mas defendem que estes sejam incluídos e vacinados. A justificativa são elementos e práticas concernentes a suas especialidades.
O Ministério da Saúde, também questionado, não se manifestou até a publicação desta reportagem.
O que dizem os conselhos
As categorias citadas acima são organizadas em conselhos profissionais, que regulamentam e representam a profissão.
Em contato com a CNN, os conselhos federais defenderam a aplicação da vacina nesses profissionais, mas em alguns casos ponderaram que a aplicação ocorra de forma coerente, dando prioridade aos grupos de risco.
Das entidades procuradas, apenas o Conselho Federal de Psicologia (CFP) não respondeu aos questionamentos da CNN.
Educação Física
O Conselho Federal de Educação Física (Confef) afirmou que segue as orientações do governo federal, que considera trabalhadores dos serviços de saúde “todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais”.
O Confef argumenta ainda “que o profissional de Educação Física possui formação para intervir em contextos hospitalares, em níveis de atenção primária, secundária e/ou terciária em saúde”.
Questionados sobre em que casos a categoria deve se vacinar em caráter de prioridade, o Conselho informou que “nos casos em que se cumpram os requisitos descritos no Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, e/ou, quando houver, do plano regional de vacinação”.
Fisioterapia e Terapia Ocupacional
O posicionamento do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), enviado à CNN, é o de que todos os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais sejam inseridos na primeira fase da vacinação, uma vez que, de acordo com o Conselho, são profissionais de primeiro contato, que atuam em hospitais, clínicas, atendimento domiciliar, asilos, entre outros.
“Para o COFFITO, este entendimento justifica-se pelo fato de que estes profissionais atendem pessoas com diversas enfermidades e comorbidades, muitas delas também enquadradas nos grupos de risco, como idosos, deficientes, e pacientes oncológicos, por exemplo”.
Para o presidente do COFFITO, Roberto Mattar Cepeda, os profissionais de saúde, em especial os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que seguem atendendo seus pacientes “não se eximiram das suas responsabilidades e colocaram a vida do outro em primeiro lugar, portanto, agora, está nas mãos do governo retribuir este ato e permitir que todos tenham acesso à imunização”.
Medicina Veterinária
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou seu posicionamento na página oficial da categoria.
“Devem ser vacinados aqueles que atuam em diversas frentes e estão inseridos nas clínicas, hospitais, defesa sanitária, desempenhando atividades como a gestão até a vigilância de zoonoses, vigilância ambiental em saúde, epidemiológica e sanitária, o que os torna mais suscetíveis à doença”.
Mesmo com o incentivo à vacinação para veterinários, o Conselho pondera que deve ser considerada a disponibilidade das doses de vacina e a adequação de acordo com a realidade local.
“O Informe Técnico do Ministério da Saúde, enviado aos secretários estaduais de saúde e ao CFMV, em janeiro, aborda o escalonamento dos grupos prioritários para vacinação, conforme a disponibilidade das doses de vacina, sendo facultado a estados e municípios a possibilidade de adequar a priorização de acordo com a realidade local”.
O conselho que representa os veterinários ressalta ainda a recomendação do Ministério da Saúde, para que seja solicitado documento que comprove o vínculo ativo do trabalhador com o serviço de saúde no ato da vacinação.
Nutrição
A orientação do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) é para que todos os profissionais desta categoria se vacinem, desde que as vacinas estejam disponíveis. “Isso vale para os profissionais da linha de frente e os que estão atuando na atenção primária, média e alta complexidade. Tanto na rede pública como na suplementar”.
O CFN destacou que há mais de 160 mil nutricionistas no Brasil e que o profissional atua em todas as frentes de assistência à população. “Mesmo no ambulatório ou na produção, o nutricionista está exposto à contaminação pelo contato direto com o paciente/público. E, também, se estiver contaminado (assintomático), pode expor o paciente/público que assiste”.
“O Conselho Federal de Nutricionistas entende que a vacinação dos profissionais da área de saúde deve ser prioritária, independente da área de atuação. Lembramos que o profissional de saúde, inclusive o nutricionista, mesmo se não estiver atuando na linha de frente, pode ser convocado a qualquer tempo para atuar no combate a pandemia”, afirmou o CFN à CNN.
Odontologia
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) e os Conselhos Regionais de Odontologia afirmaram que “são incisivos na defesa e cobrança para a vacinação imediata dos Cirurgiões-Dentistas, Técnicos e Auxiliares da Odontologia nesta primeira etapa que contempla os grupos prioritários”.
“Desde o início da pandemia, 82% dos profissionais de Odontologia não interromperam o atendimento odontológico, pelo contrário, intensificaram os cuidados com a biossegurança para garantir total segurança à saúde dos pacientes nos procedimentos realizados. Por isso, a importância da vacinação desse grupo prioritário que, inclusive, foi reconhecido e convocado para o trabalho na linha de frente contra a Covid-19 no Sistema Único de Saúde”, disse o CFO à CNN.
O Sistema Conselhos de Odontologia ainda acrescenta que “está inconformado com a falta de celeridade e logística essenciais para imunização dos mais de 500 mil profissionais de Odontologia em pleno exercício em todo o país, seja na rede pública ou privada”.
A categoria destaca os riscos expostos aos profissionais durante a pandemia.
“É preciso evidenciar o risco de infecção viral predominante aos profissionais de Odontologia devido a procedimentos que envolvem comunicação face-a-face com pacientes e exposição frequente a saliva, sangue e outros fluidos corporais, bem como manuseio de instrumentos perfuro cortantes”, finaliza.
Quem não vai se vacinar agora
Apesar de já estarem aptos a serem imunizados, muitos profissionais optaram por esperar, uma vez que não se consideram pertencentes ao grupo de risco e não atuam diretamente na linha de frente contra a Covid-19.
A educadora física Ana Flávia Corrêa de Almeida, atua como professora de Cross Training em um centro de treinamento e como personal trainer, mas não irá tomar a vacina agora. Ela diz que se preocupa com a escassez da vacina para os grupos de risco.
“Eu tenho direito de tomar a vacina, por ser considerada da área da saúde. Optei por não tomar, eu quis deixar para as pessoas que eu considero parte do grupo de risco, como idosos, pessoas com patologias, doenças cardiovasculares e cardiorrespiratórias, diabéticos, pessoas em tratamento de câncer e pessoas com Aids”.
Educadora física Ana Flávia Corrêa optou por não se vacinar enquanto os grupos de risco não forem imunizadosFoto: Arquivo pessoal
A profissional destaca que acredita na eficácia da vacina e irá tomar assim que estiver disponível para todos os grupos.
“Professores estão mais na linha de frente do que os educadores físicos, por conta do contato com diversos alunos e eles não estão no primeiro grupo para tomar a vacina. Recentemente foram incluídos no próximo grupo, mas achei um descaso, uma vez que as aulas já voltaram”, diz Ana Flávia.
A também educadora física Alessandra Pereira afirma que não irá tomar a vacina por enquanto para que outros grupos mais expostos se protejam primeiro. “Optei por não tomar, para deixar para outras pessoas que mais precisam, inclusive a minha mãe, que não tomou ainda e gostaria muito que ela se imunizasse”.
A psicóloga Rita de Cássia Martins faz parte do time de profissionais da saúde que prefere aguardar para se vacinar, dando prioridade a outros grupos mais prioritários. “Irei tomar a vacina no período certo da minha idade, ou quando liberaram para pacientes em tratamento oncológico”, afirma a psicóloga, que se recupera de um câncer de mama.
Profissional de Educação Física, Alessandra Pereira vai aguardar pela vacina após grupos prioritários serem imunizadosFoto: Arquivo pessoal
Matthaws Rodrigues Walfall é médico veterinário e atua como ortopedista na área. Ele opina que demais profissionais que trabalham com ele também deveriam ter o mesmo direito de se vacinar, mas ainda não fazem parte do plano de imunização. Com isso, o veterinário prefere aguardar para se vacinar.
“Por motivo profissional não fiz quarentena, transitei por cidades, acredito que estive e estou em boa exposição, mas não tão diferente de outras pessoas como recepcionistas, auxiliares, seguranças, manobristas, auxiliares de limpeza, que comigo trabalham e lidam diariamente com exposição a possível contato com o vírus”, diz.
“Não vejo motivo para eu correr para ser vacinado, enquanto meu pai, de 68 anos, minhas tias e outras pessoas desse mesmo grupo ainda não foram vacinados. Os mesmos ainda trabalham em zona de risco. Nesse momento há um desespero da população em iniciar a imunização, mas as prioridades deveriam ser mais equilibradas com mais bom senso e empatia”, acrescenta Walfall.